quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Conflito israelo-palestiniano: será desta?

Em Sharm el-Sheikh, o lider da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, e o Primeiro Ministro de Israel, Ariel Sharon, assinam (mais um...) tratado de paz para o conflito.
Confesso a minha desconfiança sobre o Tratado. Não vou atirar culpas a nenhum dos lados, pois acho que o primeiro acto já há muito que se perdeu, estando neste momento o conflito na situação de "nós atacamos, porque os nossos pais atacavam e os nossos avós também atacavam...".
Mas surgem questões pertinentes:
1. Conseguirá Mahmoud Abbas cumprir com a sua parte e conter o Hamas, a Jihad Islâmica, entre outros? Não nos esqueçamos que o mesmo Mahmoud Abbas que hoje quer a paz teve discursos anti-sionistas na sua campanha de eleição. Não nos esqueçamos quem fornece em grande parte os serviços de saúde, segurança social, educação e trabalho aos palestinianos, o Hamas.
2. Conseguirá Ariel Sharon por fim à influência da ala radical no seu governo? Descontemos o facto de ser um criminoso de guerra(Yasser Arafat também o era...), ele é neste momento a unica aposta para a paz. Será ele capaz de desmantelar pacificamente os colunatos na Palestina? Será ele capaz de fazer Israel obedecer, de uma vez por todas, às linhas de fronteira definidas nos acordos de Dayton?
3. A ultima questão é o muro. Descontando o facto de ser contraproducente, concedo no entanto o direito aos israelitas de se protegerem. Agora sob o manto de um tratado de paz, de um rumo para a região, tudo isto baseado na confiança de que ambas as partes honraram os compromissos assumidos, como se poderá manter um muro que simboliza a desconfiança de um povo em relação a um seu vizinho?
4. Jerusalem. A "cidade três vezes santa" permanece no centro da discordia. Os palestinianos reivindicam-na para capital do futuro Estado Palestiniano, os israelitas não abdicam na cidade berço da sua religião. Entender-se-ão quanto a esta matéria?

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