segunda-feira, outubro 10, 2005

E assim se fazem as autarquicas...

E se passou mais um momento eleitoral da Nação, com varias interpretações, cada uma à "vontade do freguês".
Se por um lado o PSD foi o grande vencedor da noite, e o PS o grande derrotado, concorde-se com o Primeiro-Ministro quando este afirma que não se deve fazer interpretações nacionais, e por isso abusivas, de um resultado dos eleições altamente personalizadas.
Alias esse factor, a personalização da figura do autarca na eleição, ficou patente na vitória de Valentim Loureiro em Gondomar, Isaltino Morais em Oeiras, entre outros independentes. Não que as pessoas não imprimam um cariz de cor partidária às eleições autárquicas, alias a regra é partido no governo perde autárquicas por desgaste, mas tendencialmente vêem o candidato em primeiro lugar.

O PS perde todos os seus objectivos, quer em número de eleitores, câmaras e grandes centros urbanos. Perde até o que há 6 meses atrás, muitos davam como impossível de não ganhar: a Câmara Municipal de Lisboa. A derrota pesa sobre a cabeça do Secretário-Geral Sócrates e do Coordenador Autárquico Jorge Coelho, e o primeiro teve a lucidez de o admitir em publico perante o País.

O PSD reconcilia-se com o eleitorado, e Marques Mendes e Dias Loureiro foram os dois obreiros da vitoria. E ao contrario da opinião geral, acho que Marques Mendes sai fortalecido mesmo com as vitorias de Isaltino Morais e Valentim Loureiro. Mostra pois coragem de afrontar os barões do Partido, para defender um conjunto de princípios, o que é de louvar.
Em geral o País permanece laranja, ANM (Associação Nacional de Municípios) permanece em mãos Social-Democratas, tendo esta vitória sido superior à de 2001, que causou a demissão de Guterres.

Frise-se também o melhor discurso da noite:
O discurso do Primeiro-Ministro José Sócrates.
Sóbrio, cumprimenta e congratula todos os autarcas eleitos, dá os parabéns ao PSD pela vitória, e admite a sua derrota. Corta ainda os argumentos, de quem queira interpretar a derrota como um cartão vermelho, expressando e frisando o carácter local, pessoal e descentralizado deste acto eleitoral.

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