domingo, outubro 09, 2005

A eterna questão turca

A Turquia permanece uma eterna questão na agenda da União Europeia... Sim ou Não heis a questão!

A Turquia tem sido desde os tempos do Império Bizantino um caso bicudo.
Foi assim nos tempos de Constantinopla (agora conhecida como Istambul) que se iniciaram as Cruzadas contra os infiéis, quando o Imperador do Império Bizantino, ou Império Romano do Oriente, pede ajuda ao Papa na defesa da mais rica cidade cristã da época, Constantinopla.
Foram depois estas Cruzadas que deram a desculpa necessária aos reinos islâmicos para a Jihad, ou Guerra Santa.

Foi assim também nos tempos do Império Otomano, que dominava o Estreito de Bosforo (que liga o Mediterraneo ao Mar Negro), um importante aliado da Alemanha na I Guerra Mundial.
Foi também nesta época o principal reino(ou sultanato) muçulmano, antes da criação dos Estados árabes actuais. Estados estes criados com a ajuda britânica e francesa, de modo a desferir um golpe fatal ao Império Otomano.

Foi durante a Guerra Fria uma importante zona estratégica, onde a NATO colocou um importante arsenal contra a URSS e o Pacto de Varsóvia.

Nota-se alguma coincidência? Talvez a constante ao longo da história da Turquia ter estado desde sempre envolvida na história europeia, como actor activo...
Então porque não a entrada na União Europeia dum estado membro da NATO e do Conselho da Europa?
Por não serem um país europeu? Geograficamente ninguém sabe onde termina a Europa e começa a Ásia. Será nos Urais e no Mar Negro, ou estender-se-á ela, a Europa, até à península arábica, abrangendo Israel, Turquia e Russia?
São ou não estes países profundamente europeizados?

A Turquia é a única Republica laica de maioria islâmica. É a principal esperança do Ocidente para o entendimento e o exemplo dum país onde o véu convive pacificamente com as "jeans".
E tem sido assim, governada por moderados, que agora se mantêm no poder com uma promessa: A entrada no clube da prosperidade conhecido como União Europeia.
A Turquia é também um importante aliado militar da NATO, necessária para qualquer intervenção na zona Indo-Asiática.

Estes são pelo menos os argumentos a favor do sim. E os partidários do não à entrada?
Embora o argumento "Turquia não é Europa" tenha sido parcialmente desmontado, surge uma questão:
Se deixamos a Turquia entrar, porque não deixarmos entrar Israel (que participa há muito tempo no Concurso da Eurovisão)? ou a Rússia? ou Marrocos, que há muito que pede entrada, tendo como justificação para o NÃO europeu, o facto de não fazer parte da Europa? Onde paramos?

Pensemos um pouco neste ponto:
Se uma Europa a 15 funcionava mal, se a Europa a 25 está a dar mostras de falhar bastante, como seria uma Europa a 30 ou 40? onde parar?

E mais importante, estará uma União Europeia, cujos membros são na sua totalidade países cristãos, preparada para a entrada de um país islâmico? Estaremos nós, que nos consideramos um bastião da tolerância, preparados para tal convívio?

PS: Existe também a questão mais politica do Chipre. A Turquia ocupa há décadas a zona norte da ilha, ilha essa Estado-Membro da UE, e apoiada pela Grécia (que não tem boas relações com a Turquia) e pelo Reino Unido. Estarão estes membros preparados para ver este Estado como membro?

1 comentário:

Anónimo disse...

muito legal esti site axei tudo que eu queria para o colegio